sábado, julho 30, 2005

Até breve...

Antes que uma lágrima
Ouse descer a tua face,
Ou que sintas o toque
De mais uma noite fria...

Antes que os ecos
Das nossas horas,
Soem distantes...

Estarei contigo...

segunda-feira, julho 25, 2005

Insónia

Estou exausto
De tentativas frustadas,
Farto que a noite se abata
Sobre mim, pesada,
E me impeça de dormir...

Sou agora mais um
De vós, culto nocturno
De furtivos vultos
Que respiram trevas
E caminham ao luar,
Sem destino algum
Que olhos mortais
Possam admirar...

Revele-se então
O vosso império de escuridão
Onde os banidos da luz,
Libertos de sono
Possam finalmente descansar!

segunda-feira, julho 18, 2005

O regresso

Bem vindo!
Às ruínas do teu mundo,
Que nem tuas são!

Reina!
O teu vago império,
De ferrugem, de pó e podridão!

Sofre!
A tua praga será o tédio,
Fatal a quem conheceu a luz,
Pois encontrarás nada mais que escuridão!

Enfrenta!
Os teus velhos fantasmas,
Demasiado ocupados a ignorar
Para encontrarem o que resta de ti!

sábado, julho 09, 2005

O meu grito

Sou eu,
Apenas eu,
Nenhum bem material
Nem algo que se possa comparar,
Avaliar, penhorar, mostrar ou invejar...

Nenhuma medida de sucesso
Nem de tempo bem gasto...

Enquanto a cidade me devora
Com o seu ritmo corroído
De monótonas danças mortas,
Enquanto o ruído
Ocupa o meu lugar
Que este seja o meu grito,
Surdo aos ouvidos de quem o ouve
Mas alto o suficiente
Para não ser esquecido...