segunda-feira, julho 23, 2007

Fuga

Um dia caí, para baixo da minha sombra.
Sai deste mundo, reles e podre.

Mergulhei na mais profunda escuridão,
Mais negra que qualquer noite sem estrelas.
Um breu que engolia até a vontade de voltar a ver,
Ouvir ou sentir o que quer que fosse.

Não sei se foi um sonho,
Uma quimera ou real,
Mas senti este estranho mundo como acolhedor.

Como meu.

Tão meu quanto a minha própria alma.
Não, mais meu ainda.



Naquele instante,
Achei este mundo como a única coisa
Que alguma vez na vida
Eu pude chamar minha sem mentir.



Todos os problemas,
Angústias e medos
Morreram com a luz do dia.

Todas as metas deixaram de fazer sentido,
Todas as necessidades estavam satisfeitas,
Todas as futilidades, todas as pessoas, tudo...

Estava resolvido...

Restava apenas eu,
Na mais pura solitude,
Na mais límpida calma que alguma vez me lembro de sentir...